Escrever textos opinativos não é mais fácil que fazer uma entrevista e construir um lead. Assim como, não é mais difícil.
Quando escrevo algo em que dou minha opinião, não quero que concordem comigo. Quero que reflitam sobre o tema que coloquei em discussão, analisem o que eu disse e por fim, formulem suas ideias.
Quem opina querendo convencer e ser aceito, não está cumprindo o seu papel de formador de opinião, e sim, tentando impor um pensamento, que pode estar certo, ou errado. Partindo do pressuposto de que, a verdade pode ser relativa.
A não concordância pode ser melhor do que a aceitação, por que faz com que o autor repense nos pontos levantados pelo opositor, gerando argumentações.
Quem opina tem de ter embasamento teórico, observação e capacidade de expor suas ideias de forma organizada que permita aos seus leitores decompor o texto, como fundamento e formular suas ideias.
A objetividade e a clareza são imprescindíveis na hora de opinar. Escrever “difícil” não mostra o poder de argumentação e muito mesmo ajuda o leitor a entender o texto. É preciso deixar claro seu discurso e em quê ele está fundamentado. Só assim será possível um diálogo entre o leitor e o autor.
Por que sempre me perguntam ‘sobre o que’ é o meu livro?
Ora, não se define uma obra de arte.
Uma literatura pode ser definida por temas?
Um livro espírita, um livro de terror? É tão estranho classificar obras literárias por assunto.
O “tema” de um livro pode ser subjetivo.
Como que se denomina o livro de Dan Brown? Romance policial? É ridículo. Talvez um livro histórico? Pior ainda.
Como podemos chamar o livro de Paul Young “A Cabana”? Já ouvi gente chamando-o de espírita, de auto-ajuda. Isso desqualifica o trabalho de escrita, de produção, de estudo. Não pelo nome que foi dado, mas pelo próprio cuidado do autor (ou dos autores, em geral) na hora de escrever o enredo, pois se analisa o tempo, a forma de narração, estilo. Enfim, uma série de formas e métodos que não podem ser definidos.
O livro “Leite Derramado”, do Chico Buarque. Eu não consigo achar um tema para ele. É tão grandioso, na história, na forma de se narrar. Não é possível achar um nome para defini-lo.
E o que dizer dos livros de Stephenie Meyer? São apenas livros sobre vampiros?
A graciosidade, a vivacidade do livro pode ser equalizada com o nome que é dado para o estilo da composição? Não. A saga “Crepúsculo” é bem mais do que apenas livros sobre vampiros. Além de ser um marco na literatura, um campeão de vendas, é ainda, a magia que sempre dizemos haver na leitura, transformada em emoção. Sentida.
E então, como ficam os livros que não “se acham” temas?
Não podem ser chamados de livros quaisquer...
Então chamamos, de obras-primas. Preciosidades.
A partir de agora, quando indagado sobre ‘do que’ é meu livro, vou chamá-lo assim, de obra-prima, incapaz de receber nomenclatura pelo assunto abordado, mas nobre pela qualidade de sua literatura.
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